Injeção direta: o que é e como funciona!

Mais antiga do que se imagina, a injeção direta de combustível é amplamente utilizada hoje nos motores modernos. Conheça um pouco mais sobre ela!

Diferente do sistema de injeção de combustível indireto e do carburador, que realizam a mistura de ar e combustível antes das válvulas de admissão, o sistema de injeção direta, aplica o combustível já na câmara de combustão dos cilindros. Confira a seguir um pouco da história e do funcionamento da injeção direta de combustível.

A injeção direta de combustível é um sistema que realiza a injeção de combustível dentro da câmara de combustão.

 

injeção direta - indireta e carburador

Não é tão novo como parece
O primeiro sistema de injeção direta que se tem notícia, data da década de 1910, com os experimentos do Dr. Archibald Low, a invenção teve produção para motores feitos pela FE Baker LTD para motocicletas com motores de quatro tempos.

O combustível era pressurizado a 1000 psi e admitido no momento de maior compressão no cilindro. A pressão era regulada diretamente na bomba de combustível e a quantidade era controlada por meios mecânicos, como uma válvula rotativa de admissão. Infelizmente o projeto estava muito à frente de seu tempo e foi descontinuado pela FE Baker.

O primeiro motor a entrar em produção levou 10 anos e foi feito pela Hesselman entre 1925 e 1947, construído na Suécia para caminhões e ônibus. Curiosamente, o motor usava um conceito de mistura pobre onde o combustível era injetado no final do curso de compressão dos pistões para depois entrar em ignição por meio das velas e funcionava com quase todo tipo de combustível.

Uso na guerra
Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, do lado do Eixo, a BMW desenvolveu o 801 e a Daimler-Benz utilizou nos motores V12 invertidos DB 601, 603 e 605 o sistema de injeção direta. Entre os Aliados, os motores das aeronaves usavam o sistema de injeção direta soviético Shvetsov ASh-82FNV e também o motor americano enorme de 18 cilindros e 54,9 litros Wright R-3350.

Carros de passeio

A alemã Bosch já estava desenvolvendo o sistema de injeção direta de gasolina (GDI) mecânico para carros desde a década de 30 e em 1952, foi aplicado ao motor de dois tempos Goliath GP700 e Gutbrod Superior. O sistema basicamente era composto por uma bomba de injeção diesel de alta pressão, uma válvula reguladora de admissão que controlava a quantidade de combustível.

Os motores com injeção direta mecânica chegavam a economizar 30% de combustível em relação ao sistema carburado, sobretudo em cargas baixas de aceleração.

A novidade ficou conhecida entre os carros de passeio em um dos ícones dos carros esportivos da década de 50 no Mercedes-Benz 300SL.

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O Mercedes 300SL “asa de gaivota” foi o primeiro carro em série com motor de quatro tempos a utilizar o sistema de injeção direta de combustível em 1955 produzido pela Bosch.

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Motor seis cilindros em linha de 2996 cm3 do Mercedes-Benz 300SL de 1957. Primeiro automóvel de passeio com de quatro tempos equipado com injeção direta – Fonte: Driven To Write 

Quando a Mercedes-Benz substituiu o sistema de dupla carburação Solex de corpo triplo pelo sistema Bosch, houve um aumento de 25% na potência do veículo, passando de 177 cv para 243 cv a 6100 rpm, 50% a mais do que o projeto original do Mercedes 300 que possuía 115 cv.

Por conta da complexidade e limitações do sistema mecânico, a injeção direta de combustível foi uma tecnologia que foi abandonada na década de 60 nos carros de passeio, sendo utilizada apenas em motores a diesel Common Rail. A retomada do sistema nos carros de passeio se deu apenas em 1996 com a Mitsubishi renovando o sistema, agora com a aplicação da injeção eletrônica.


Fonte: Canal da Peça

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