Produção de veículos no Brasil crescerá 25% em 2021 segundo a Anfavea
Segundo Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), após retração em 2020, a produção de veículos deve retomar o crescimento acelerado em 2021.
Durante a reunião virtual mensal que aconteceu no dia 8 de janeiro, Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, fez menção aos esforços da indústria para superar os problemas gerados pela pandemia de Coronavírus durante o ano de 2020, com a busca pelo equilíbrio da produção de autopeças, montadoras, fabricantes.
A produção de veículos leves em 2020 se equacionou a 2016, com queda de 26% ao final do ano, porém o ritmo deve ser retomado ainda no começo de 2021. No caso de veículos pesados e máquinas agrícolas, o impacto nos resultados em 2020 foi menor, chegando a surpreender.
Foram mais de 89 mil unidades de caminhões, comercializadas no total de 2020, com queda de 11,5% em relação a 2019, porém o resultado foi melhor que 2018. Em dezembro de 2020, houve aumento de vendas em relação a dezembro de 2019, superando em 14,9% o ano anterior, o melhor resultado desde 2014.
Os ônibus sofreram com queda de 40% nas vendas em dezembro de 2020 comparado a dezembro de 2019. A queda total do ano foi de 33,4% em relação ao ano anterior, próximo aos números de 2017.
Nas máquinas agrícolas, dezembro de 2020, foi o melhor mês desde outubro de 2018, foram mais de cinco mil unidades comercializadas, superando em 49,8% os números de dezembro de 2019, impulsionado pelo crédito para novas aquisições. O ano de 2020 fechou com vendas 7,3% superiores a 2019.
Exportações
As exportações de veículos leves e pesados foi 24,3% menor em 2020 comparado a 2019, porém levando em consideração dezembro de 2020 e dezembro de 2019, houve aumento de 32,4%, mostrando a retomada de mercado. Nas máquinas agrícolas, em relação a 2019 houve queda de 33,3% nas exportações.
Produção
Apesar da queda de 31,6% da produção de veículos leves na comparação de 2019 com 2020, houve aumento de 22,8% levando em consideração o mês de dezembro de 2019 e dezembro de 2020, esboçando reação.
No caso de caminhões e ônibus houve queda de 19,9% no comparativo de 2019 e 2020, porém levando em consideração dezembro de 2019 e 2020, com a suspensão das férias coletivas, houve aumento de 75,5% na produção, impulsionado pelos caminhões.
Apesar da queda de produção em 9,8% de máquinas agrícolas, da mesma forma que no setor de ônibus e caminhões, houve crescimento no comparativo de dezembro de 2019 e dezembro de 2020, com o aumento de 117,6%, mostrando a reação do mercado.
Projeções para 2021
O setor automotivo deve acompanhar a expectativa de crescimento de 3,5% do PIB em 2021. As condições de crédito devem ser suficientes, mesmo com o aumento da SELIC em 3%. O câmbio flutuante deve ficar em torno de R$ 5,00 para cada U$ 1,00.
“Nunca foi tão difícil projetar os resultados de um ano, pois temos uma neblina à nossa frente desde março, quando começou a pandemia”, explica Luiz Carlos Moraes. Apesar dos problemas gerados pela pandemia de Coronavírus, há uma estimativa de retomada de crescimento segundo a Anfavea.
A expectativa para 2021 é o aumento de 15% em vendas de veículos leves, chegando a 2,3 milhões de unidades. O crescimento de vendas de veículos pesados deve ficar por volta de 13%.
Nas exportações, o crescimento em relação a 2020 deve ficar em cerca de 8% para veículos leves e 16% para veículos pesados.
As vendas internas de máquinas rodoviárias deve crescer 22% em 2021 e no caso de máquinas agrícolas, o crescimento previsto é de 5%, sendo a produção 23% maior em 2021 no total.
Luiz Carlos Moraes ainda ressalta que no caso da realização da imunização coordenada e estruturada, freando o avanço do da pandemia de Covid-19, haverá aumento na confiança do consumidor em investir na aquisição de veículos leves e pesados.
Em suas considerações finais, o presidente da Anfavea mostra preocupação com o aumento de ICMS previsto para veículos novos e usados no estado de São Paulo e espera uma reavaliação do reajuste por parte do governo. O aumento previsto é em mais de 200% para veículos usados e 10% para veículos novos.